A semana que se passou foi excelente. Apesar de ser a primeira semana de recuperação do 6º ciclo, meu corpo parece estar muito bem adaptado ao methotrexate, visto que os efeitos têm se tornado mais amenos ao passo que recebo novas doses da droga. Outra evidência está nos resultados dos exames de sangue, que demonstraram que quase todos os índices retornaram à normalidade em um curto espaço de tempo.
Na terça-feira que passou retornei ao Hospital da PUCRS para avaliação da cirurgia. Fiz a primeira radiografia do meu novo joelho de plástico e metal. A cimentação está boa e de um modo geral a recuperação também. Já consigo fazer quase tudo, apesar de ainda ter dificuldade em algumas tarefas como subir e descer escadas, colocar tênis, entrar no carro. Mas vejam bem, agora apenas tenho dificuldade, isto significa que eu já consigo fazer tudo isso, o que me garante mais qualidade de vida, independência e liberdade. Na última quinta-feira, durante a fisioterapia, medimos a flexão. O resultado foi 52º sem auxílio. Com esta amplitude já consigo sentar sem objetos auxiliares e caminhar muito mais próximo da normalidade.
Estou me sentindo tão bem, que semana passada pude retornar a uma das maiores paixões da minha vida. Voltei ao Beira-rio. Nunca passei tanto tempo longe do templo sagrado. Como é bom respirar aquele ar, gritar gol (e foram 4), vibrar com um carrinho do Guiñazu! Estava com saudade. Esse jogo me deu um novo fôlego. Agora posso enfrentar mais 6 ciclos de quimioterapia!
Mudando de assunto, ganhei de presente da minha noiva amada o livro "Anticâncer - prevenir e vencer usando nossas defesas naturais" do psiquiatra e pesquisador na área de neurociência David Servan-Schreiber. O livro traz o relato de um médico que lutou contra o câncer e, a partir de suas experiências, mudou seu estilo de vida. Iniciei a leitura e alguns pontos me chamaram a atenção, não pude deixar de refletir. Primeiramente o autor se baseia no fato de que nosso corpo está constantemente gerando células defeituosas, entretanto existem mecanismos naturais que impedem o nascimento de tumores. Por algum motivo, estes mecanismos falham. Os métodos apresentados na obra estão além dos habituais e não estão revestidos de comprovação científica. Basicamente sugerem um novo ponto de vista sobre a maneira como vivemos. Apesar disso, alguns argumentos são impressionantes. Destaco dois que me causaram certo espanto:
1º) Os cânceres na Ásia são de sete a setenta vezes menos frequentes que no Ocidente. Como explicar que japoneses que migraram para o Ocidente passaram a sofrer com a doença na mesma frequência que os ocidentais após duas ou três gerações?
2º) Uma pesquisa realizada na Dinamarca com pessoas adotadas identificou uma correlação não-genética para o câncer: filhos adotados não apresentavam variação na probabilidade de desenvolver câncer em função da morte de pais biológicos pela doença antes dos 50 anos, entretanto a probabilidade de morrer por câncer era multiplicada por 5 quando se fazia uma correlação com a morte de pais adotivos pela doença. Como explicar este fenômeno?
Fiquei tentado a terminar a leitura que comecei. Gosto de degustar cada página devagar para entender bem o que leio. Longe de mim fazer propaganda, mas sugiro a leitura para aqueles que buscam informações não-convencionais, mas ao mesmo tempo também não-sobrenaturais, sobre maneiras de lidar com a doença. Continuarei escrevendo aqui no blog sobre os pontos que achar interessantes, intrigantes ou relevantes.
Enfim, a semana que passou foi maravilhosa e a que está começando também será. Afinal, será a última de folga antes do 7º ciclo de quimioterapia, quando receberei as temidas doxorrubicina e cisplatina. Digo temidas porque eu as temo, estou sendo sincero. Mesmo sabendo de tudo que pode acontecer e sabendo que já superei esta medicação em outras duas oportunidades, continuo temendo e respeitando. Amanhã começarei uma nova bateria de exames de rotina com uma cintilografia óssea. Na terça-feira terminarei com uma tomografia computadorizada. Que seja uma excelente semana para todos!
Na terça-feira que passou retornei ao Hospital da PUCRS para avaliação da cirurgia. Fiz a primeira radiografia do meu novo joelho de plástico e metal. A cimentação está boa e de um modo geral a recuperação também. Já consigo fazer quase tudo, apesar de ainda ter dificuldade em algumas tarefas como subir e descer escadas, colocar tênis, entrar no carro. Mas vejam bem, agora apenas tenho dificuldade, isto significa que eu já consigo fazer tudo isso, o que me garante mais qualidade de vida, independência e liberdade. Na última quinta-feira, durante a fisioterapia, medimos a flexão. O resultado foi 52º sem auxílio. Com esta amplitude já consigo sentar sem objetos auxiliares e caminhar muito mais próximo da normalidade.
Estou me sentindo tão bem, que semana passada pude retornar a uma das maiores paixões da minha vida. Voltei ao Beira-rio. Nunca passei tanto tempo longe do templo sagrado. Como é bom respirar aquele ar, gritar gol (e foram 4), vibrar com um carrinho do Guiñazu! Estava com saudade. Esse jogo me deu um novo fôlego. Agora posso enfrentar mais 6 ciclos de quimioterapia!
Mudando de assunto, ganhei de presente da minha noiva amada o livro "Anticâncer - prevenir e vencer usando nossas defesas naturais" do psiquiatra e pesquisador na área de neurociência David Servan-Schreiber. O livro traz o relato de um médico que lutou contra o câncer e, a partir de suas experiências, mudou seu estilo de vida. Iniciei a leitura e alguns pontos me chamaram a atenção, não pude deixar de refletir. Primeiramente o autor se baseia no fato de que nosso corpo está constantemente gerando células defeituosas, entretanto existem mecanismos naturais que impedem o nascimento de tumores. Por algum motivo, estes mecanismos falham. Os métodos apresentados na obra estão além dos habituais e não estão revestidos de comprovação científica. Basicamente sugerem um novo ponto de vista sobre a maneira como vivemos. Apesar disso, alguns argumentos são impressionantes. Destaco dois que me causaram certo espanto:
1º) Os cânceres na Ásia são de sete a setenta vezes menos frequentes que no Ocidente. Como explicar que japoneses que migraram para o Ocidente passaram a sofrer com a doença na mesma frequência que os ocidentais após duas ou três gerações?
2º) Uma pesquisa realizada na Dinamarca com pessoas adotadas identificou uma correlação não-genética para o câncer: filhos adotados não apresentavam variação na probabilidade de desenvolver câncer em função da morte de pais biológicos pela doença antes dos 50 anos, entretanto a probabilidade de morrer por câncer era multiplicada por 5 quando se fazia uma correlação com a morte de pais adotivos pela doença. Como explicar este fenômeno?
Fiquei tentado a terminar a leitura que comecei. Gosto de degustar cada página devagar para entender bem o que leio. Longe de mim fazer propaganda, mas sugiro a leitura para aqueles que buscam informações não-convencionais, mas ao mesmo tempo também não-sobrenaturais, sobre maneiras de lidar com a doença. Continuarei escrevendo aqui no blog sobre os pontos que achar interessantes, intrigantes ou relevantes.
Enfim, a semana que passou foi maravilhosa e a que está começando também será. Afinal, será a última de folga antes do 7º ciclo de quimioterapia, quando receberei as temidas doxorrubicina e cisplatina. Digo temidas porque eu as temo, estou sendo sincero. Mesmo sabendo de tudo que pode acontecer e sabendo que já superei esta medicação em outras duas oportunidades, continuo temendo e respeitando. Amanhã começarei uma nova bateria de exames de rotina com uma cintilografia óssea. Na terça-feira terminarei com uma tomografia computadorizada. Que seja uma excelente semana para todos!
10 comentários:
Bom Dia Vitor!. Ficamos muito contentes com a Tua recuperação. Continuamos orando.Abração Tio Maurício e família.
Boa tarde Vitor!
Fiquei feliz ao ler sobre o sucesso da cirurgia! Mais uma etapa concluida. Força!!
Abração,
Lucas Rosito
Mano, finalmente as coisas estão, aos poucos, voltando ao seu lugar... viu só?! Mais um pouco de paciência e a vida voltará à normalidade.. trabalho, estudo e muitooos jogos no Gigante. Boa dica do livro (depois eu quero emprestado). Beijos, te amooo
Oi Vitor!
Fico muito feliz de ver que tu teve uma semana boa! Quanto ao livro que a Denise te deu, me pareceu muito interessante. Eu sou super interessada nestas abordagens não convencionais, não sobrenaturais e ainda não completamente explicadas pela ciência. Acho que a ciência está chegando lá...afinal, o empirismo sempre foi o ponto de partida! Particularmente, acho que estamos em um ponto em que não podemos explicar muitos dados observados, mas devemos tirar proveito da existência desses dados!
Bjs para todos aí!
Tati(exlclui o anterior, pois havia esquecido de assinar!)
Olá victor!!! Sou ortopedista em Belo Horizonte e estava montando uma aula sobre osteossarcoma para dar aos residentes e me deparei com o seu blog. Temos tbm serviço de oncologia ortopedica no meu hospital e acompanhamos diversos casos como o seu. Seu tto esta sendo muito bem conduzido e vc muito bem informado sobre o assunto, continue nesse caminho!!!! Acompanharei seu blog com muito gosto e estou torcendo muito por vc daqui de BH. Estou a disposiçao para esclarecimentos e demonstraçao de casos como o seu.
Apresentarei o seu blog aos residentes hoje na minha aula de osteossarcoma. abraços.
Parabéns Vitor!!!
Pela sua recuperação fantástica e por também pelo reconhecimento do teu trabalho neste blog.
Torcemos todos pelo seu sucesso.
Voçê ainda irá colher muitos frutos devido a esta sementinha aqui.
Abraços.
Cintia e equipe Know.
Fico feliz de ver que vc digamos renovado......é muito bom estar com a cabeça boa pra começar um novo ciclo, que daqui a pouco ja sera o último! Sobre o livro, ja ouvi muito falar sobre ele, eu mesma não cheguei a ler...mas vi reportagens sobre este médico. Ah...no meu orkut, tenho adicionado uma garota...e ela acaba de completar 4 anos fora de tratamento, ela tbm teve osteo e usa uma prótese tbm.....esta fazendo medicina e vivendo a vida!!! Abraços!
Vitor!
Nossa, muito bom saber que os resultados são cada vez melhores. "A TUA ALEGRIA É A NOSSA ALEGRIA". Acompanhando as postagens aprendemos muito contigo e hoje encaramos muitas coisas de maneira diferente.
Vitão!! Exemplo a ser seguido por todos! E seguimos em frente que está dando tudo certo!
Um abração pra todos aí..
Tia Neca, Ju e Tio Lourenço!
Oi Vitor!
Vim retribuir a vista ao meu blog e estou muito satisfeita com o que encontrei. Um blog rico em conteúdo, escrito de forma bonita e tranquila.
Já li o livro anti câncer e achei incrivel, inclusive fiz algumas adaptações para a minha vida.
Quanto ao comentário lá no meu blog sobre os "orkontros" eles são realmente muito interessantes, divertidos e importantíssimos do ponto de vista socio-educativo, pois aprendemos que câncer não é mais sinônimo de morte, mas sim de uma nova forma de vida! Hoje não é mais uma sentença de morte, mas que passamos a encarar a vida de outra forma, isso não podemos negar.
Se quiser entre lá na minha comunidade do orkut e venha participar tb, vais ser muito bem vindo.http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=73560489
Quem sabe no próximo orkontro já vais estar participando com a gente.
Virei sempre aqui.
Um abraço
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