O 7º ciclo passou e já me sinto bem melhor. Desta vez tive muito pouca náusea, acho que os remédios deram conta do pouco que eu iria sentir. O inchaço que acumulava no terceiro dia de medicação sumiu dois dias depois. O que sumiu também foi o paladar. Sumiu e ainda não encontrei novamente. Além disso, estou com a boca um pouco sensível ainda. Um dia senti algumas dores no ouvido. Depois, começaram alguns zumbidos que me deixaram apreensivos.
Psicologicamente, acho que este ciclo foi o pior. Ainda não entendi o porquê. Esperei por vários dias os efeitos colaterais, mas eles vieram de forma amena. Ao mesmo tempo, minha cabeça parecia meio perdida, pensamentos vagos, uma certa desorganização mental. Estive deprimido até o domingo, quando comecei a melhorar. Sempre tento me manter firme, forte, evito que minhas fragilidades transpareçam, mas neste último ciclo acho que não consegui. Tive muitos pensamentos ruins. Em alguns momentos achei que estava a um passo da loucura. Nunca entenderei como funciona a vida, não adianta tentar. Apesar de ter consciência disso, em alguns momentos começo a refletir sobre o assunto, criar suposições, tentativas mais do que frustradas de entender os motivos e mecanismos da existência. Afinal, penso, logo existo. Não é assim? Se for... Bem, se for... Desisto!
Esta semana começou bem melhor. Olho o calendário e vejo que ainda tenho alguns longos dias até o próximo ciclo e isto me deixa feliz. Estou tentando não pensar muito adiante na linha do tempo, pois as vezes é meio brochante lembrar que o caminho é tão longo. Retomei as fisioterapias e continuo evidenciando progressos. Na terça-feira fui ao Dr. André, que está satisfeito com a evolução e recomendou que eu começasse a fazer movimentos resistidos. Ele analisou os exames de imagem que tinham me deixado duvidoso algumas semanas atrás e corroborou que está tudo bem. Na quarta-feira fui ao Dr. Júlio. Contei sobre os probleminhas auditivos e ele solicitou a avaliação de um otorrinolaringologista. É importante verificar se existe alguma perda na audição, pois a cisplatina pode causar surdez e ainda, segundo o protocolo, preciso receber mais uma dose no 10º ciclo. Hoje fui ao especialista que solicitou uma audiometria. Farei a audiometria na próxima quarta-feira e então não teremos mais dúvidas.
Amanhã começam os exames de sangue para verificar como estão minhas plaquetas e meus leucócitos. Espera-se que estejam em queda vertiginosa. Estou recebendo desde quinta-feira passada, diariamente, injeções de filgrastima (granulokine) para me recuperar da neutropenia. Normalmente, estou com níveis aceitáveis de imunidade na 12ª dose do medicamento, que deve ocorrer na próxima segunda-feira.
Enfim, mais um ciclo se foi. Ainda estou enjaulado em casa, mas em alguns dias poderei me aventurar pelas ruas novamente. Cada dia que se passa é um dia a menos de tratamento. O fim está se aproximando. Do mundo? Não, do mundo espero que não.
P.S.: Hoje é aniversário de Porto Alegre e da minha sobrinha do coração Lara. Parabéns a essa cidade maravilhosa e a esta menina linda.


Psicologicamente, acho que este ciclo foi o pior. Ainda não entendi o porquê. Esperei por vários dias os efeitos colaterais, mas eles vieram de forma amena. Ao mesmo tempo, minha cabeça parecia meio perdida, pensamentos vagos, uma certa desorganização mental. Estive deprimido até o domingo, quando comecei a melhorar. Sempre tento me manter firme, forte, evito que minhas fragilidades transpareçam, mas neste último ciclo acho que não consegui. Tive muitos pensamentos ruins. Em alguns momentos achei que estava a um passo da loucura. Nunca entenderei como funciona a vida, não adianta tentar. Apesar de ter consciência disso, em alguns momentos começo a refletir sobre o assunto, criar suposições, tentativas mais do que frustradas de entender os motivos e mecanismos da existência. Afinal, penso, logo existo. Não é assim? Se for... Bem, se for... Desisto!
Esta semana começou bem melhor. Olho o calendário e vejo que ainda tenho alguns longos dias até o próximo ciclo e isto me deixa feliz. Estou tentando não pensar muito adiante na linha do tempo, pois as vezes é meio brochante lembrar que o caminho é tão longo. Retomei as fisioterapias e continuo evidenciando progressos. Na terça-feira fui ao Dr. André, que está satisfeito com a evolução e recomendou que eu começasse a fazer movimentos resistidos. Ele analisou os exames de imagem que tinham me deixado duvidoso algumas semanas atrás e corroborou que está tudo bem. Na quarta-feira fui ao Dr. Júlio. Contei sobre os probleminhas auditivos e ele solicitou a avaliação de um otorrinolaringologista. É importante verificar se existe alguma perda na audição, pois a cisplatina pode causar surdez e ainda, segundo o protocolo, preciso receber mais uma dose no 10º ciclo. Hoje fui ao especialista que solicitou uma audiometria. Farei a audiometria na próxima quarta-feira e então não teremos mais dúvidas.
Amanhã começam os exames de sangue para verificar como estão minhas plaquetas e meus leucócitos. Espera-se que estejam em queda vertiginosa. Estou recebendo desde quinta-feira passada, diariamente, injeções de filgrastima (granulokine) para me recuperar da neutropenia. Normalmente, estou com níveis aceitáveis de imunidade na 12ª dose do medicamento, que deve ocorrer na próxima segunda-feira.
Enfim, mais um ciclo se foi. Ainda estou enjaulado em casa, mas em alguns dias poderei me aventurar pelas ruas novamente. Cada dia que se passa é um dia a menos de tratamento. O fim está se aproximando. Do mundo? Não, do mundo espero que não.
P.S.: Hoje é aniversário de Porto Alegre e da minha sobrinha do coração Lara. Parabéns a essa cidade maravilhosa e a esta menina linda.
